sábado, 28 de junho de 2008

Notícia: I Mostra de Cinema Ambiental

Em comemoração ao mês do meio ambiente o Circuito SALADEARTE, em parceria com a Cetrel, a BahiaGás e a Secretária do meio Ambiente, promovem a 1ª Mostra de Cinema Ambiental.ENTRADA FRANCA, porém deve-se retirar as senhas na bilheteria até 30 minutos antes das sessões começarem.

Confira a programação a seguir:



sexta-feira, 27 de junho de 2008

Notícia: Retrospectiva Eder Santos

A Saladearte MAM- Solar do Unhão está exibindo gratuitamente uma compilação com as obras mais importantes do artista mineiro, realizada em 2003, pela Associação Cultural Videobrasil.Eder Santos começou a trabalhar com vídeo nos anos 1980.Apenas de segunda à quinta às 14:00 hs.

Link para trailer do filme ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO.

http://br.youtube.com/watch?v=6DZnqxnpsCo

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Cafundó - Filme nos conta vida de um personagem histórico brasileiro (retirado do site cafundo.com.br/)


Sob a direção de Paulo Betti e Clóvis Bueno, esse filme nacional, inspirado na obra literária "João de Camargo Sorocaba, o nascimento de uma religião" de autoria de José Carlos de Campos Sobrinho e Adolfo Frioli, reúne em seu elenco nomes como o de Lázaro Ramos, Leona Cavalli, Leandro Firmino da Hora, Franscisco Cuoco, dentre outros.Cafundó é inspirado em um personagem real saído das senzalas do século XIX. Um tropeiro, ex-escravo, deslumbrado com o mundo em transformação e desesperado para viver nele. Este choque leva-o ao fundo do poço. Derrotado, ele se abandona nos braços da inspiração, alucina-se, ilumina-se e é capaz de ver Deus. Uma visão em que se misturam a magia de suas raízes negras com a glória da civilização judaico-cristã. Sua missão é ajudar o próximo. Ele se crê capaz de curar, e acaba curando. Sua morte, nos anos 40, transforma-o numa das lendas que formou a alma brasileira e, até hoje, nas lojas de produtos religiosos, encontramos sua imagem.O Preto Velho João de Camargo.
FICHA TÉCNICA
Título Original: Cafundó
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 102 min
Ano de Lançamento (Brasil): 2005
Direção: Clóvis Bueno e Paulo Betti
Assistente de direção: César Rodrigues, Luciana Baptista
e Edson Cardoso (Cowboy)
Roteiro: Clóvis Bueno
Produção: R.A. Gennaro, Virginia W. Moraes e Paulo Betti

domingo, 15 de junho de 2008

Pequena Miss Sushine - Filme fala sobre os pequenos e verdadeiramente grandes valores da vida

Primeiro longa-metragem dos diretores de vídeo-clipes Jonathan Dayton e Valerie Faris, “Pequena Miss Sunshine” é uma tragicomédia sobre uma família viajando do Novo México dos EUA para a Califórnia, em uma kombi enferrujada, para que a pequena Olive (Abigail Breslin), de 7 anos, possa participar de uma concurso de beleza de pré-adolescentes para o qual foi sortiada. Essa alucinante viagem de três dias mudará toda essa família para sempre.Nenhum membro da família é "equilibrado". Richard (Greg Kinnear), o pai, é um palestrante motivacional e otimista incorrigível que tenta desesperadamente vender seu programa de nove etapas para o sucesso.A mãe, Sheryl (Toni Collette), é assombrada constantemente pelos segredos excêntricos da família, principalmente os de seu irmão Frank (Steve Carell), um acadêmico com tendências suicidas especializado nos livros de Proust (ele é a segunda maior autoridade em Proust dos EUA), que acaba de sair do hospital por tentar se matar.Os membros mais jovens da família também não são lá muito "normais": Olive, a menina de óculos, ligeiramente rechonchuda, de sete anos, é a candidata à rainha da beleza; Dwayne (Paul Dano), seu irmão, é um adolescente movido à raiva, leitor de Nietzsche, com um firme voto de silêncio que pretende manter até conseguir entrar na Academia da Força Aérea americana. Completa a família o avô (Alan Arkin), um desbocado hedonista recentemente expulso de sua casa de repouso por consumo de heroína.O filme é uma comédia independente profundamente humana e satírica, que fala sobre os infortúnios e as vantagens de ser "normal" ou "comum" em uma cultura obcecada pelo sucesso e por padrões sociais supra-humanos.


FICHA TÉCNICA


Gênero: Comédia Dramática

Tempo: 101 min.

Lançamento:20 de Out, 2006

Lançamento DVD: Mar de 2007

Classificação: Livre

Distribuidora: Fox

Cinema, aspirinas e urubus - Filme retrata amizade em meio ao sertão brasileiro

No ano de 1942, em meio a segunda grande guerra mundial, um imigrante alemão fugido da guerra nazista, chamado Johann (Peter Ketnath), que dirige rumo ao nordeste brasileiro um caminhão carregado de frasco de aspirinas e filmes com propagandas do produto, e o retirante nordestino Ranulpho (João Miguel), que faz o percurso inverso em busca de uma vida melhor no industrializado e, então, promissor sudeste do Brasil (Rio de Janeiro), se encontram em meio ao sertão nordestino.Em uma estrada árida e desabitada acontece o encontro ocasional desse dois personagens.Interesses em comum e seus objetivos de vida iguais, apesar de aparerentemente opostos pela diferenças dos lugares geográficos para onde estão indo, fazem com que os dois partam para uma viagem juntos que irá mudar para sempre as suas vidas.Confira nas locadoras.

FICHA TÉCNICA

diretor:Marcelo Gomes
roteiro:Marcelo Gomes, Paulo Caldas, Karim Aïnouz
fotografia:Mauro Pinheiro Jr.
montagem:Karen Harley
elenco:Peter Ketnath, João Miguel, Hermila Guedes, Mano Fialho
produtor:João Júnior, Sara Silveira
produtora:Dezenove Som e Imagem / REC Produtores Associados
99 minutos color, 35mm

Saneamento básico - Filme se utiliza da metalinguagem ao retratar a produção de um filme

Com nomes como Lázaro Ramos, Wagner Moura, Fernanda Torres, Camila Pitanga, Paulo José, Tonico Ferreira, dentre outros, o filme Saneamento básico nos conta a história da construção de um fosso para a comunidade da Linha Cristal, uma pequena vila de descendentes de colonos italianos na serra gaúcha nas proximidaes da cidade de Bento Gonçalves, para o tratamento do esgoto da cidade.Uma comissão, então, é formada pelos moradores para pleitear a obra junto à sub-prefeitura.Mas, após ouvir a reivindicação, a secretária da prefeitura informa-lhes que o município não dispõe de verbas para saneamento básico até o fim do ano.No entanto, a prefeitura tem quase dez mil em verbas para a produção de um video de ficção, doado pelo governo federal.Caso o dinheiro não venha a ser utilizado, terá que ser devolvido.A comunidade decide, assim, fazer um video sobre a obra.Produzido pela casa de cinema de Porto Alegre, Columbia Pictures do Brasil e Globo Filmes, o filme Saneamento Básico é uma obra que, utilizando-se demasiadamente da metalinguagem, retrata o caminho percorrido para a realização de um filme de arte no Brasil, com todos os percalços, dificuldades, superações e felicidades até o resultado final.Vale a pena conferir nas locadoras.
FICHA TÉCNICA
Roteiro e Direção: Jorge Furtado
Produtor Associado: Guel Arraes
Produção Executiva: Nora Goulart Luciana Tomasi
Diretor de Fotografia: Jacob Solitrenick, ABC
Diretor de Arte: Fiapo Barth

domingo, 8 de junho de 2008

A culpa é de Fidel - Filme retrata anos 70 e as mudanças ocasionadas pela revolução cubana.

Com muita perspicácia e humor afiado, este filme, da diretora Julie Gavras (filha do cineasta e militante grego Costa-Gavras), conta, do ponto de vista de uma menina parisiense de 9 anos, Anna de la Mesa, como os acontecimentos políticos do início da década de 70 (o golpe de Fidel em Cuba) interferiram em sua vida, desde que o seu tio comunista foi morto e os seus pais tornaram-se "engajados" socialmente ao voltarem de uma viagem que fizeram ao Chile. Anna, então, tem que se adaptar a nova realidade comunista e "igualitária" que seu "novos" pais implementaram na casa.Segue a síntese do filme abaixo:
Anna tinha um vida normal de uma garota de classe média alta até que toda a aparente harmonia de sua vida é quebrada com a chegada da tia e da prima, que fugiram da Espanha após o assassinato de um tio, um militante contra a ditadura de Franco, na Espanha. Seu pai é um advogado espanhol que vive na França desde jovem. Seguindo os passos da revolução cubana, ele deixa o emprego, troca a casa por um pequeno apartamento e passa a atuar como intermediário do movimento para eleger Allende presidente do Chile. A mãe, interpretada por Julie Depardieu (filha de Gerard Depardieu), deixa seu posto como jornalista da revista "burguesa" Marie-Claire para escrever um livro-reportagem em prol do direito feminino à contracepção. A babá cubana, anticomunista até o último fio de cabelo, é substituída por uma série de militantes estrangeiras, que buscam abrigo na França. Elas não têm lá grande jeito para o cargo e revolucionam o cardápio das crianças com pratos gregos e sul-americanos. O novo apartamento vive cheio de pessoas estranhas: os "barbudos" chilenos amigos de seu pai e um monte de mulheres chorosas, que dão depoimentos para o livro que mãe irá escrever. Além disso, a garota passa a dividir um beliche com o irmão François e é proibida de assistir às aulas de religião — condição colocada pelos pais para que ela pudesse permanecer no colégio católico, de onde se recusou a sair. Dividida entre a realidade conservadora da escola e a complexidade das mudanças que, acima de tudo, afastam os pais de seu dia-a-dia, Anna se rebela. Os pais se desdobram para lhe mostrar a importância do momento histórico, ao mesmo tempo em que tentam se convencer de estarem no caminho certo. O tempo todo a pequena desafia as convicções dos militantes e, com a convivência, amplia sua visão de mundo. Adaptado livremente do romance Tutta Colpa di Fidel, da jornalista italiana Domitilla Calamai que, assim como a diretora do filme, cresceu num lar comunista.

Notícias: Parceria entre a Sala de Arte e o Vilha velha.

Quem for assistir a um filme em qualquer um dos espaços do CIRCUITO DE CINEMA SALADEARTE poderá apresentar o canhoto do ingresso na bilheteria do Teatro Vila Velha e pagar apenas meia entrada! O contrário também está valendo: o canhoto do Vila vale como meia entrada na SALADEARTE. A promoção é válida por até uma semana, a partir da data de emissão do tíquete.

O signo da cidade - Filme tem São Paulo como um dos seus personagens

Com roteiro de Bruna Lombardi (ex-global) e direção de Carlos Alberto Riccelli (seu marido), o fime "O signo da cidade" compõe um grande mosaico formado pelos moradores de uma metrópole gigantesca, que tem nas dores e sofrimentos individuais dos seus habitantes sua antítese.O fio condutor da história é o programa de rádio da astróloga Teca (a própria Bruna). Teca acolhe, escuta e dá conselhos aos moradores anônimos da grande megalópole; busca ajudar as pessoas dentro dos limites mais concretos, como o da solidariedade.Em meio a grandeza de São Paulo, Gil (Malvino Salvador) é casado, mas está solitário; sua mulher, Lydia (Denise Fraga), gosta de se arriscar; Josialdo (Sidney Santiago) nasceu para ser mulher; Mônica (Graziella Moretto) é interesseira e quer apenas se dar bem. Todos ouvem o programa noturno de rádio da astróloga Teca, que lida com os anseios de seus ouvintes e seus próprios problemas.O fio condutor do enredo é essa dor individual, solitária e anônima, e inevitável; para a qual não existe nenhum remédio ou tratamento de cura.Enfim, "O signo da Cidade" é um brilhante filme, com um roteiro muito bem costurado e instigante, e uma profundidade alçançada, principalmente, graças ao antagônico existente entre a grandeza do todo (a metrópole de São Paulo) que acaba por dimimuir e ocultar as dores e os sentimentos dos seus mais de 10 milhões de habitantes.O elenco conta, ainda, com nomes com o do estreante Kim Riccelli, filho de Bruna, Carlos Alberto (Gabriel), Laís Marques (Júlia), Bethito Tavares (Biô, que vive mergulhado nas baladas em busca de um pouco de diversão e amor).
O filme está em cartaz na Saladearte da UFBa no PAC (Pavilhão de Aulas do Canela) diariamente às 18:30 e na Saladearte do Museu Geológico,no Corredor da Vitória, aos Sábados, Domingos, Segundas e Terças às 13:10.Os ingressos custam R$4,00 na Saladearte UFBa para o público interno da própria faculdade (estudantes, funcionários e professores).
INFORMAÇÕES TÉCNICAS:
Direção CARLOS ALBERTO RICCELLI
Roteiro BRUNA LOMBARDI
Direção de fotografia MARCELO TROTTA
Direção de arte MARA ABREU
Figurino PAULA IGLECIO
Música SÉRGIO BÁRTOLO e ZÉ GODOY
Edição MARCIO HASHIMOTO SOARES
Diretor-assistente KIM RICCELLI
Produtores BRUNA LOMBARDI e CARLOS ALBERTO RICCELLI
Produtor Executivo ARY PINI
Produtores associados DANIEL FILHO e GEÓRGIA COSTA ARAÚJO

terça-feira, 3 de junho de 2008

Notícia:Veja a lista dos vencedores brasileiros em Cannes:

1953: O Cangaceiro, de Lima Barreto, melhor filme de aventura;
1962: O pagador de promessas, de Anselmo Duarte, Palma de Ouro;
1967: Terra em transe, de Glauber Rocha, prêmio da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (Fipresci) ;
1969: melhor direção, Glauber Rocha com O dragão da maldade contra o santo guerreiro;
1977: Di Cavalcanti, de Glauber Rocha, Prêmio especial do júri (melhor curta-metragem);
1982: Meow, de Marcos Magalháes, melhor curta de animação;
1986: Fernanda Torres, melhor atriz com Eu sei que vou te amar;
2002: Um sol alaranjado, de Eduardo Valente, prêmio Cinéfondation para filmes universitários;
2008: Sandra Corveloni, melhor atriz; Muro, do diretor Tião (pseudônimo de Bruno Bezerra), ganhou o prêmio Regard Neuf (Olhar Novo) na mostra paralela.

O nome da rosa - Adaptação cinematográfica do best-seller de Umberto Eco.

Adaptação do primeiro romance e best-seller do teórico da semiótica, crítico literário e teórico da linguagem e da comunicação de massas Umberto Eco, esse filme traduz para a linguagem cinematográfica o livro O nome da Rosa.Mantendo-se fiel ao clima de mistério e profundo suspense que estão presentes no livro, esse filme nos conta uma história de verdades ocultas, misticismo e crimes brutais, que mantem relação com o sumiço de um livro de Aristóteles que, para alguns, poderia ter mudado a história do pensamento ocidental, numa batalha travada durante a Idade média entre a Religião e a Ciência, num momento de nascimento do que chamamos hoje de Modernidade.Confira nas locadoras.
Segue abaixo a síntese do filme retirada do site http://www.coladaweb.com/diversos/o_nome_da_rosa.htm:

A Baixa Idade Média (século XI ao XV) é marcada pela desintegração do feudalismo e formação do capitalismo na Europa Ocidental. Ocorrem assim, nesse período, transformações na esfera econômica (crescimento do comércio monetário), social (projeção da burguesia e sua aliança com o rei), política (formação das monarquias nacionais representadas pelos reis absolutistas) e até religiosas, que culminarão com o cisma do ocidente, através do protestantismo iniciado por Martinho Lutero na Alemanha em 1517.O nome da rosa promove uma discussão dos elementos formadores da cultura moderna, o surgimento do pensamento moderno, no período da transição da Idade Média para a Modernidade.Guilherme de Bascerville, o frade fransciscano detetive, é também o filósofo, que investiga, examina, interroga, duvida, questiona e, por fim, com seu método empírico e analítico, desvenda o mistério, ainda que para isso seja pago um alto preço.O enredo desenvolve-se na ultima semana de 1327, num monastério da Itália medieval. A morte de sete monges em sete dias e noites, cada um de maneira mais insólita - um deles, num barril de sangue de porco, é o motor responsável pelo desenvolvimento da ação. A obra é atribuída a um suposto monge, que na juventude teria presenciado os acontecimentos.Este filme é uma crônica da vida religiosa no século XIV e um relato surpreendente dos movimentos heréticos daquele tempo.

FICHA TÉCNICA:
TÍTULO DO FILME: O NOME DA ROSA (The Name of the Rose)
Origem: ALE/FRA/ITA
Ano: 1986
DIREÇÃO: Jean Jacques Annaud
ELENCO: Sean Conery, F. Murray Abraham, Cristian Slater.
Duração: 130 min
Globo Vídeo

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Atriz brasileira ganha prêmio em Cannes (notícia retirada do site http://www.adorocinemabrasileiro.com.br/cinenews/2008/cinenews_05_12.asp)

A atriz brasileira Sandra Corveloni ganhou neste domingo o prêmio de Melhor Atriz do Festival de Cannes por seu papel no filme Linha de Passe, assinado por Walter Salles e Daniela Thomas. Debutou no cinema em curtas-metragens Flores Ímpares de Sung Sfai e Amor de José Roberto Torero.Em Linha de Passe, ela faz o papel de Cleuza, mãe de família de um bairro popular de São Paulo, que vive às voltas com problemas financeiros, mas estando sempre disponível para seus filhos. Sua atuação sóbria e tocante emocionou o júri de Cannes.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Veja na íntegra a entrevista com Ruy Espinheira Filho.

ENTREVISTA COM RUY ESPINHEIRA FILHO.
Por: PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES

Ruy Espinheira Filho (foto ao lado) é Jornalista, mestre em Ciências Sociais, doutor em Letras, professor de Literatura Brasileira do Departamento de Letras Vernáculas do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia.Ruy Espinheira nasceu em Salvador, Bahia, em 1942.

Publicou 11 livros de poemas: Heléboro (1974), Julgado do Vento (1979), As Sombras Luminosas (1981 — Prêmio Nacional de Poesia Cruz e Sousa), Morte Secreta e Poesia Anterior (1984), A Guerra do Gato ( infantil — 1987), A Canção de Beatriz e outros poemas (1990), Antologia Breve (1995), Antologia Poética (1996), Memória da Chuva (1996 — Prêmio Ribeiro Couto, da União Brasileira de Escritores), Livro de Sonetos (1998), Poesia Reunida e Inéditos (1998). Tem ainda publicados vários livros em prosa: Sob o Último Sol de Fevereiro (crônicas, 1975), O Vento no Tamarindeiro (contos, 1981); as novelas O Rei Artur Vai à Guerra (1987), O Fantasma da Delegacia (1988), Os Quatro Mosqueteiros Eram Três (1989); os romances Ângelo Sobral Desce aos Infernos (1986 — Prêmio Rio de Literatura, 1985), Últimos Tempos Heróicos em Manacá da Serra (1991), e o ensaio O Nordeste e o Negro na Poesia de Jorge de Lima (1990).


Tema: A permanência da poesia na contemporaneidade.


PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES. Em termos estéticos, o senhor considera a sua obra poética filiada ao modernismo brasileiro da primeira metade do século XX?

É, exatamente.A vertente é esta. Claro que, aí, vem a influência do passado remoto, de toda essa herança grega que a gente tem ao longo dos milênios, mas diretamente minha poesia está vinculada a esse movimento que veio a dar em poetas como Manoel Bandeira, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Jorge de Lima. Então, está vinculado a isso na verdade.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.O senhor acredita ainda haver espaço na contemporaneidade para a poesia ou já não há mais pessoas interessadas nos segredos que podem ser abertos ou revelados pela “Máquina do Mundo”, para utilizarmos uma metáfora drummondiana?

Não. A poesia continua. Agora, como em toda época tem gente que não tem necessidade, ou melhor dizendo, não tem... não merece... tem gente que se consola com coisas inferiores e para elas são suficientes. E tem gente que não. Tem gente que tem uma necessidade lírica maior. João Cabral de Melo Neto, que disse muita coisa que não deveria ter dito, entre outras, disse que a poesia hoje não fazia mais sentido porque a música popular tinha tomado o lugar. A música sempre existiu. A música e a poesia nasceram juntas. Não sabemos quando, mas desde a origem do homem praticamente. Uma coisa não substitui a outra. Assim como a pintura não substitui a dança, como a dança não substitui o teatro, como o teatro não substitui a poesia lírica, nem a poesia lírica substitui o romance. Então, isso aí... a poesia continua sendo necessária para aqueles que chegam até ela, que precisam dela. Eu acho que todos nós precisamos.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES. O que o senhor acha da alcunha de “poeta da memória” que já lhe foi dada? O senhor acha possível a busca do “tempo perdido”?

Olha, na verdade essa coisa que disseram e repetiram, o “poeta da memória”, eu sempre pergunto o seguinte: qual não é da memória? Se você for ler Bandeira, Jorge de Lima, Drummond, Camões, todos são “poetas da memória”. Porque há uma coisa muito curiosa que as pessoas não costumam ver: é a única coisa que a gente tem, é o passado. Nós só temos o passado. É a única coisa que nos pertence, é o passado. O que nós somos? Nós somos o nosso passado. Se alguém lhe pergunta quem é você, você responde com aquilo que você viveu até agora. Não pode responder de outra forma. E tudo que nós possuímos de fato, sendo o passado, é memória. Então, o escritor, qualquer escritor, escreve principalmente com a memória. Qualquer tipo de literatura que ele faça, ele vai para memória para vê como é: se não, ele está perdido. Você ver, mesmo quando você projeta ao futuro longínquo você utiliza a memória, aquilo que você conhece. Se você vê um filme como “Guerra na Estrelas”, por exemplo, o quê que é aquilo? Aquilo é um “cowboy” espacial. Quer dizer, na verdade, não há diferença, porque só podemos escrever, produzir com a nossa experiência, nossa experiência pessoal. Cada artista tem a sua. Então, a memória é a fonte. Não há outra. Tem um poeta inglês romântico chamado William Wordsworth, que ele dizia o seguinte: que a criação é, como é que dizia, que a lembrança é emoção recolhida em tranqüilidade. É... “emotions is recollected in tranquility", ou seja, depois da emoção é que você recolhe aquela emoção e trabalha com ela. Então, tudo é memória.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.O senhor é pouco adepto a uma teorização excessiva da literatura. O senhor acha que tal teorização feita nos meios acadêmicos, notadamente se pensarmos em alguns campos dos estudos literários como a teoria da literatura, acabam por estandardizar e distanciar ainda mais a literatura do público?

É verdade. Foi Nietzsche que disse certa vez que tudo aquilo que precisa de grande explicação não vale grande coisa. Então ninguém precisa de teoria literária para ler literatura. A teoria é uma coisa que veio depois da literatura. Assim, como a gramática veio depois da língua. É a posteriori. Então, ninguém precisa ler a critica literária, que se equivoca tanto, para poder ler literatura. Literatura é um contato direto. É um contato de sensibilidade. A literatura como qualquer arte é algo que está além de inteligência, está acima da inteligência, é maior do que a inteligência. É muito mais intuição e emoção, do que inteligência. Se você vai estudar literatura intelectualmente, você já reduziu, porque ela é maior do que isso. Então, é por isso que eu acho que... não que eu seja contra a teoria, nem contra a crítica. Essas coisas existem. Eu já li muita teoria, muita crítica e escrevi inclusive. Mas o contato com a literatura não exige isso. Há uma famosa carta de Mário de Andrade. O Ney da Alvarenga fez uma carta para ele perguntando se para fruir alguma arte a pessoa tinha que ter algum conhecimento técnico dessa arte. Ele responde que não. Mas ele responde que não, numa carta de sessenta e quatro páginas. Em que ele vai refletindo sobre isso. A gente não precisa conhecer música para ouvir música, para ouvir um Beethoven ou quem quer que seja. Não precisa ser um erudito musical. Nem precisa conhecer teoria da poesia para ler poesia coisa nenhuma. Então, a teoria existe, mas ela não é essencial para que a gente chegue à arte. A gente chega à arte antes de chegar à teoria.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.Entretanto, o senhor exerce a dupla atividade de crítico literário e poeta/ escritor. O senhor acha que isso se reflete diretamente na temática de suas obras poéticas?

Não. Eu não sou propriamente crítico literário. Eu escrevi ensaios sobre literatura. São coisas muito mais da minha intuição do que da minha proposição crítica. Eu evitei isso. Inclusive, até escrevendo para jornais etc., eu tive oportunidade de escrever críticas neles. Às vezes, quando eu gosto de uma obra, então eu faço uma resenha. Mas, aí, é porque eu gostei. Não para ficar discutindo questões críticas. E em sala de aula, eu ponho os estudantes em contato direto com a literatura. Eles mesmos às vezes me pedem “professor, mas eu queria uma bibliografia crítica”. Eu digo: “Não vou dar. Vocês não precisam disso. Você tem sensibilidade suficiente para poder ler. Não precisa. Agora, se depois você quiser, você procura e vai ler. Para que você precisa ler uma bibliografia para ler Machado de Assis, para ler Guimarães Rosa, para ler esse povo todo? Não precisa. Basta sentar e ler".

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.O senhor considera possuir algumas influencias literárias facilmente identificáveis em sua obra poética?

Isso é curioso. É claro que eu tenho. Eu tenho centenas de influências. Quanto mais você ler mais influencia você tem. O que é absolutamente normal. Manuel Bandeira, uma vez me perguntaram, a Manuel Bandeira quais eram as influencias dele, ele disse que eram tantas que ele não poderia citar. E, é isso que acontece. Curioso, às vezes a crítica me aproximar de Drummond, às vezes me aproxima de Manuel Bandeira. E, há pouco tempo de um poeta que me deixou meio espantado. Agora eu não me recordo quem era. Eu fiquei até espantado, porque eu acho que não tem quase nada a ver. É um poeta nacional. É um poeta, inclusive, neo-parnasiano. E eu que sou um inimigo extremo dos parnasianos. Não do parnasianismo. Eu sou admirador de um Olavo Bilac. Mas os que vieram depois: concretismo,"geração de quarenta e cinco”, poesia práxis, todos neo-parnasianos. Isso aí eu acho um atraso de vida.


PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.A literatura, assim como a arte em geral, nos proporciona percepções e conhecimentos únicos que não nos podem fornecer a ciência, por exemplo. O senhor acha que no mundo atual, mecanizado e automatizado como está, ainda há espaço para as pessoas se dedicarem a tal tipo de percepção de conhecimento?

É. Há sim. Se um dia, isso não for possível vai ser muito difícil viver. Eu não sei se vai valer a pena. Porque através das eras, os homens criaram as artes porque precisam dela. Ninguém criou isso porque é bonitinho, engraçadinho. É porque você não passa sem ela. Ninguém vive sem arte. Não há nenhuma cultura, por mais primitiva que seja (e, aí, esse termo primitivo é preconceituoso na verdade) que não tenha a arte. É arte, seja ela qual for, canto, dança (e, aí, a poesia já está presente), pintura e vem o resto todo. Então, nós criamos isso porque precisamos disso. Nós não podemos viver sem isso. Criamos na verdade o que nós chamamos de cultura, que é toda a somatória. Toda essa coisa de ética, estética, lógica, política, metafísica, para pensarmos essas coisas inclusive. Agora a arte é espontânea do ser humano. Qualquer civilização que você cheque, qualquer ajuntamento humano que você veja tem arte lá dentro. Não pode-se viver sem arte.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.Então, o senhor considera que a função da arte no mundo contemporâneo seria a de desautomatização e desmecanização dos indivíduos nas sociedades tecnológicas e logocêntricas?

Não, eu não acredito que a arte tenha uma função. Na verdade, a arte é inútil. Ela não tem função. Ela é. Ela existe. Nós precisamos dela. Ela não deve jamais ser posta a serviço de qualquer coisa. Ela deve ser inteiramente livre. Sempre que houve uma ditadura como na União Soviética, que criou o tal realismo socialista, uma literatura dirigida, pode observar que essa literatura dirigida não vale nada, não tem qualidade nenhuma, porque é dirigida pelo raciocínio, pela ideologia e a arte não se cria assim. A arte é epifania, é inspiração. Por isso que existem os artistas e aqueles que não são artistas porque algumas pessoas são capazes disso.Agora todos os seres humanos são capazes de fruir a arte.Todos têm os mesmos sentimentos.Um poeta não é diferente, nem superior às outras pessoas Ele é apenas uma pessoa que (ele nem sabe o porquê) é capaz de colocar no papel, de colocar em versos, os sentimentos que são de todo mundo. Só que ele diz de certa forma. E como ele diz de certa forma serve para todo mundo.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.O senhor já falou que foi comparado a Drummond e Manuel Bandeira.Qual seria a relação da sua obra poética com a dos modernistas brasileiros como Mario de Andrade e Manuel Bandeira, de cujas obras o senhor é crítico?

Olha, Mário de Andrade é, principalmente para mim, o pensador da literatura e da arte. Então, Mário de Andrade foi fundamental na minha vida. Eu aprendi muito com Mário de Andrade. Não só nas obras explícitas de críticas, de ensaios, “Aspectos da Literatura Brasileira”, “Empalhador de Passarinhos” e outros livros. Mais na correspondência do Mário, assim como também na correspondência de Bandeira e de Drummond. Na correspondência, a gente discutia as idéias dele. Então, Mário me ensinou. Mário já tinha ensinado a Drummond. Drummond é filho de Mário de Andrade e filho de Manuel Bandeira. Mas a relação com Mário não é na poesia, é na poética, é no que ele pensou sobre isso. Com Bandeira é na poesia, com Drummond é na poesia, mas com Mário é mais na poética, quer dizer, a reflexão dele sobre poesia é sobre arte de um modo geral, é sobre cultura de um modo geral.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.E quem predominaria nos poemas do senhor, Dionísio ou Apolo?

Eu acho que os dois têm de estar misturados, eu acho que têm que formar um corpo só. Porque a técnica e a inspiração, a técnica e a intuição, ou seja como se queira chamar, têm que estar juntas. Não existe arte se uma delas faltar, porque arte é artesanato também. Mas não é só artesanato, é mais do que artesanato, é onde entra o mundo da sensibilidade. Se não houver artesanato, é impossível haver a arte, mas se só houver artesanato, não há arte. Há artesanato só. Não se faz arte sem artesanato. O artista tem que ser antes de tudo, um grande artesão, e tão bom que você não perceba o artesanato nele. Quando você percebe muito o artesanato, isso não é virtude, é defeito... é defeito. Aquela coisa que o João Cabral dizia, que ficava o tempo todo falando na arte de escrever, como escrever... Aquilo ali não é virtude, não é grandeza não. Grandeza é você ler um autor, fruir, participar dessa emoção e achar que ele escreveu com simplicidade. Simplicidade é a coisa mais difícil que existe. Só escreve com simplicidade, quem é muito bom. Ele é tão bom que você não percebe que aquele trabalho custou um determinado esforço. Parece que ele fluiu naturalmente. Nunca flui naturalmente. É a coisa mais difícil de acontecer é isso. Então, tanto a forma, quanto a emoção tem de estarem juntas. Porque a arte em última análise é forma... arte é forma. Forma e conteúdo são uma coisa só. Então, ela é forma. Se a forma não for a forma da arte, não presta. As pessoas ficam discutindo: “porque o conteúdo é muito bom. É mais ou menos, mas o conteúdo é muito bom “. Olha, se é mais ou menos, não presta, por melhor que seja o conteúdo. Como dizia Carlos Drummond de Andrade: “De boas intenções não nascem necessariamente bons versos”. Não existe essa diferença.


PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES .O senhor concordaria com o poeta Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) que “pensar é não compreender” e que o poeta "não deve ter filosofia, mas sim possuir sentidos". Seria a racionalidade excessiva uma das causas de isolamento e da solidão do homem contemporâneo?

É. Na verdade, o homem sempre foi solitário. A solidão não foi inventada pelo mundo contemporâneo. Se você pegar os autores mais antigos, você vai vir eles falando de solidão. A solidão é um dado da existência humana. Nós somos solitários. Somos um animal solitário, principalmente porque nós somos perplexos, ou seja, nós não sabemos o que é a vida. Não sabemos se tem um sentido. Nós não sabemos de onde viemos, nem para onde nós vamos. A única coisa que a gente tem certeza é de que um dia a gente vai morrer. E como a gente morre de medo de morrer, então a gente fica inventando as religiões, os paraísos depois da morte e coisas desse tipo. Agora, veja você, tem um poema de Fernando Pessoa, já que você falou nele, tem um verso que eu acho que é importantíssimo: “O que em mim sente está pensando”. Não há sentimento sem pensamento. Essas coisas estão juntas em todos nós. Você não pode deslocar... você não pode ser um homem cem por cento frio. Não pode. Você não pode tirar o emocional e jogar fora. Você não pode ser cem por cento emocional. Você não pode, porque você tem um lado de raciocínio. Isso está aí. Então, o homem é esse amálgama. Se ele é esse amálgama, o que ele produz é resultado desse amálgama. E a arte é isso, quer dizer, é tudo isso, essa mistura. Se você quiser racionalizar demais, você mata a arte. Mas se ela é apenas emoção, se não existe um artesanato, se não existe o conhecimento técnico, se não existe essa ajuda, também ela não vai dar certo. Ela vai ser apenas um grito de angústia, um ataque de choro, uma risada solta no espaço, mas não será arte, porque a arte é composta por isso que nós somos. E nós somos... nós não somos nem totalmente bons, nem totalmente maus. Nós não somos nem totalmente racionais, nem totalmente emocionais. Somos uma mistura disso.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.O senhor se considera um modernista na contemporaneidade?

Não, porque como dizia Mário de Andrade, o modernismo acabou nos anos vinte. Quando Oswaldo publica o manifesto antropófago do qual muitos professores gostam muito e eu acho que não significa nada, Mario dizia: “mas pô, não é mais hora de manifesto. O modernismo já acabou, isso foi em mil novecentos e vinte e oito. O modernismo já acabou. Só se grita alerta uma vez. Não se fica o tempo todo gritando alerta, que é besteira". Então, o que eu dizia, agora é hora de fazer a obra, de impor a obra. Eu não sou modernista, porque não existe o modernismo. Já existiu. Eu sou um herdeiro disso. Não só do modernismo. Eu sou um herdeiro de tudo aquilo que li, que estudei da nossa herança ocidental, da literatura e da poesia em particular.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.O senhor já ganhou diversão prêmios pela qualidade de sua obra poética. O senhor se considera um poeta consagrado?

Claro que eu sou hoje muito mais conhecido do que era antes. Isso é fatal. Mas essa coisa de consagração, eu acho que não existe. Se alguém se acha consagrado, está mais para o equívoco do que para qualquer outra coisa. Porque o artista é aquele que jamais está satisfeito. Se ele ficar satisfeito, ele morre. Se ele achar que ele cristalizou a obra, então ele não vai mais a diante. Mário de Andrade dizia que o auge... se alguém chega ao auge, não é o início da decadência. O auge já é a decadência. Porque se você chega ao auge, você não pode subir mais, você só pode descer. Para qualquer lado que você caminha você desce. Então, é um perigo isso, de você chegar ao auge. Se você chega, está na hora de “pendurar as chuteiras”... dizer: “ bom, eu já dei o que tinha que dá”. Então, o meu sentimento em relação à arte, é exatamente que, quando eu escrevo alguma coisa e publico, para mim, aquilo já cumpriu o seu papel, já foi para o mundo. Enquanto os outros estão pensando que estou curtindo aquilo, eu já estou ocupado com outras coisas. Aquilo já foi, já não me pertence mais, já está nas mãos dos leitores, já está circulando por aí, não é mais meu. Meu é aquilo que espero que ainda venha, né. Então, quando vier, isso aí, é o mesmo processo. Então, essas coisas de consagrado é uma besteira. Eu agradeço muito, sou muito feliz porque sou bem publicado, ganhei vários prêmios, tenho leitores, bons leitores. Mas não me considero realizado de jeito nenhum.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.Atualmente o senhor atua como professor de literatura brasileira do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia. O senhor acha possível formar escritores nas Academias Universitárias?

Bom, vocês devem saber que durante vinte anos ensinei jornalismo. Fui professor da Faculdade de Comunicação (UFBa) durante vinte anos. Ensinei jornalismo. Depois eu me transferi para cá. Uma coisa é certa, arte não se ensina. Não existe ensino de arte. É impossível ensinar arte. O que a gente pode ensinar é teoria de arte, história da arte, técnicas artísticas, numa escola, por exemplo, de Belas Artes, você não transforma ninguém em pintor, nem em escultor.Você ensina a ele técnicas. Ele na verdade vai ser professor e vai ser crítico, aí sim, vai ser um estudioso. Agora se ele for artista, por ter nascido artista e está na escola, ele vai aprender aqueles ensinamentos e vai aplicar na sua arte. Mas ele terá que ter nascido artista. Então, em uma escola como essa, não existe a pretensão de ensinar literatura, a não ser que seja alguém muito ingênuo, porque literatura não se ensina, você ensina essas coisas em torno dela. Você comenta, você procura despertar um senso crítico, aí é o lado intelectual. Mas ensinar alguém a fazer literatura, como querem ensinar, por exemplo, na PUC carioca - pelo menos que eu saiba, já tem uma formatura de escritor. Agora, se ele vai ser escritor ou não é outro problema. Eu acho isso um absurdo. Eu acho que não é um diploma para fazer ninguém escritor. Então, não há como ensinar arte, há como ensinar técnicas de arte. Então formação de críticos, sim, formação de professores, sim, formação de ensaístas, sim, formação de escritores, não.

PAULO PEREIRA E RÔMULO GONÇALVES.Bom, finalizamos. O senhor gostaria de acrescentar ou dizer mais alguma coisa? Algo que não foi perguntado?

Não.acho que as perguntas foram muito boas e dentro daquilo que o autor pode responder, porque o autor não pode responder muita coisa não, só pode responder aquilo que ele compreende. O processo de criação, por exemplo, é uma coisa muito complexa, muito obscura, do qual a gente só desconfia de algumas coisas. A gente não tem certeza do que escreve. E depois, muitas vezes, a gente estranha o que escreveu como se fosse outra pessoa que estivesse escrito. E na verdade foi outra pessoa, porque foi uma pessoa que naquele momento escreveu, que já não é mais. O artista não pode produzir uma obra e depois, como ele tem conhecimento, produzir outra e mais outra e mais outras. Não pode. Ele produz quando isso acontece. Então, muitos vezes as pessoas fazem perguntas que não se pode responder... uma pergunta por exemplo: “o que você quis dizer com o poema tal?”. Não tenho a menor idéia do que eu quis dizer. Eu posso até responder, mas estou respondendo falsamente, porque na verdade, eu não tenho certeza. Aí, eu pergunto, “e você, o que acha?”. Porque eu não posso fechar, também, uma interpretação minha, que é depois... eu estou interpretando o que fiz... e quem disse que estou certo na minha interpretação? Posso não estar certo. Então, essas coisas são bastante obscuras. Porque literatura é arte, não é linguagem referencial, é uma linguagem metafórica, é uma linguagem simbólica. O objetivo da literatura não é falar a inteligência das pessoas, é mexer com os sentimentos delas, é despertar outro tipo de conhecimento que é o emocional. É interessante o seguinte: nós somos educados e as pessoas sempre valorizam a inteligência: "Fulano é muito inteligente", "você tem que ser inteligente", "você tem que ser lúcido", "você tem que ter juízo", "você tem que ser lógico"... Nós somos seres emocionais principalmente. A gente não é educado emocionalmente. Por isso a gente se perde tantas vezes, por falta de educação emocional. Quer dizer, o sujeito é inteligente, mas como um sujeito tão inteligente como fulano de tal foi fazer uma besteira daquela? Ele não tem maturidade emocional. Ele tem maturidade intelectual, mas não tem emocional. Então, acho que a literatura e as artes de um modo geral, ajudam muito nisso, porque através delas que você cresce emocionalmente, você se enriquece emocionalmente. Quando você olha um quadro de Van Gogh, por exemplo, qual é o raciocínio que você faz sobre o quadro de Van Gogh? Você não tem que fazer um raciocínio. Você sente o impacto da pintura, você sente aquela coisa, você não sabe explicar aquilo. Mas aquilo lhe enriqueceu de alguma forma. Você está diferente depois de ter visto aquilo. Você não sabe se alguém perguntar, por quê?Não sei, mas eu me sinto outra pessoa, me sinto mais rico, me sinto impactado por aquela coisa. Porque é o contato emocional. O que é o território principal das artes modernas.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Leiam abaixo um poema de um ex-contemporâneo poeta pernambucano.

Casa Vazia


Poema algum, nunca mais
será um acontecimento:
escreveremos cada vez mais
para um mundo cada vez menos

Para esse público dos ermos
composto apenas de nós mesmos,
uns joões batistas a pregar
para as dobras de suas túnicas
seu deserto particular,

ou cães latindo, noite e dia,
dentro de uma casa vazia.

Alberto de Cunha Mello.

Nascido em 1942 em Jaboatão dos Guararapes, interior do Pernambuco, Alberto de Cunha Mello era sociológo e jornalista.Atuou no Jornal do Commercio de Pernambuco, no Jornal da Tarde de São Paulo, na revista Pasárgada e na revista Continente Multicultural, dentre outras, além de ter atuado no Fundação Joaquim Nabuco como sociológo.Sua produção bibliográfica consta de 12 livros ao todo.Em 2002, foi pubicado seu último livro "Meditação sob os lajedos". Alberto da Cunha Mello morreu em setembro do ano passado (2007) e o Cineliterato vem aqui aproveitar do seu espaço na web para ajudar a divulgar postumamente a sua obra poética.

Quanto vale ou é por quilo?

Reunindo um elenco brilhante (com nomes como Lázaro Ramos, Zezé Motta, Caio Blat, Danton Mello, dentre outros) "Quanto vale ou é por quilo?" é um filme nacional que aborda a questão da mercantilização da miséria - o chamado marketing social- por parte dos grupos empresariais pertencentes ao Terceiro Setor econômico (como as ONGs).Retratando paralelamente ao longo do filme duas distintas épocas da nação brasileira (século XVIII e XXI), esse filme, do diretor Sérgio Bianchi, nos mostra o modo como ocorreu e ocorre a formação e perpetuação do "establisment" social brasileiro através do estudo do modo de manutenção de sua dicotômica dinâmica sócio-econômica, que finda em tornar a solidariedade em um moeda de troca.Nos dias atuais, época de medidas governamentais como as diversas "bolsas" assistencialistas, as PPPs (Parcerias público-privadas) e a intensa privatização do patrimônio público, "Quanto vale ou é por quilo" torna-se um interessante estudo sócio-histórico sobre o "comportamento mercadológico" do brasileiro frente a um sistema (statu-quo) perante o qual somente os mais "fortes" e "espertos" (no sentido capitalista do termo) têm vez.Vale apena conferi-lo nas locadoras, principalmente pelas irônicas e atuais análises que esse filme realiza sobre o "jeitinho brasileiro" de ser, nos levando a refletir sobre ele.

Título Original: Quanto Vale ou é por Quilo?
Gênero: Drama
Duração: 104 min.
Lançamento (Brasil): 2005
Estúdio: Agravo Produções Cinematográficas S/C Ltda.
Distribuição: Rio filme
Direção: Sérgio Bianchi
Roteiro: Sérgio Bianchi, Eduardo Benaim e Newton Canitto

terça-feira, 13 de maio de 2008

UM GRITO DE LIBERDADE - Filme relata a história de Steven Biko e propaga a sua mensagem de humanidade.

Esse filme, do diretor Richard Attenborough (o mesmo de Gandhi) e premiado com o Oscar da Academia de cinema de Hollywood, mostra a história real de Steven Biko (Denzel Washington).Steven Biko foi um dos maiores ativistas negros da Africa do Sul (racista e segregada) contra o Apartheid.Mas, ao propor um novo modelo de sociedade na qual negros e brancos pudessem viver em harmônia e acordo e tratarem-se mutuamente enquanto representantes legítimos de uma mesma e única espécie biológica (o ser humano), Biko foi assassinado e sua voz calada para sempre.O jornalista branco Donald Woods (Kevin Kline) arrisca, então, a própria vida e de sua família para levar ao mundo a mensagem sublime de Steven Biko.Enfim, esse filme é um grito de liberdade e igualdade entre os homens.Um filme para assistirmos e não esquecermos jamais, assim como a mensagem pela qual morreu Steven Biko. Procurem já nas locadoras.Não é lançamento, mas não se pode deixar de assistí-lo.


FICHA TÉCNICA:
"Um Grito de Liberdade"
Título original: "Cry Freedom"
Inglaterra, 1987, 157 minutos.
Denzel Washington - Steve Biko
Kevin Kline - Donald Woods
Josette Simon - Dr. Ramphele
Wabei Siyolwe - Tenjy
John Matshikiza - Mapetla
Juanita Waterman - Ntsiki Biko
Direção: Richard Attenborough
Roteirista: John Briley e Donald Woods (Livros).

ESTAMIRA - LOUCURA E LUCIDEZ

Extremamente, extramente denso, Estamira, filme dirigido por Marcos Prado e lançado em 2005, vencedor de 25 prêmios nacionais e internacionais, conta a vida real da personagem de mesmo nome, uma doente mental de 63 anos de idade, que levou 20 anos catando lixo para sobreviver no Aterro sanitário do jardim Gramacho e vive com a família num casebre, tentando levar a vida, apesar de todos os percalços que enfrenta.Frente a todas as incertezas, dificuldades, impossibilidades e tragédias que ocorreram em sua vida, Estamira cria um mundo paralelo, calcado na descrença nos homens e no ceticismo religioso, para continuar a viver.Entretanto, apesar dos problemas psicológicos, das infortunas da vida e das tragédias reais e chocantes que o filme nos conta, Estamira é acima de tudo um incrível relato do sub-mundo de figuras humanas que muitas vezes preferimos esquecer e fingir que não existe ao nosso redor.Um relato verídico sobre a loucura como fuga da difícil realidade cotidiana: a realidade das diversas formas de exclusões sociais; da fome; da miséria econômica; do abandono e desespero; do egoísmo etc. Um filme para jamais ficar esquecido nas prateleiras das locadoras.

INFORMAÇÕES TÉCNICAS:
Censura:10 anos
Diretor:Marcos Prados
Elenco:(documentário)
Nome Original:Estamira
Ano:2006
País:BRA
Duração:115 minutos

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Arquitetura da destruição - Filme retrata a formação e a fundamentação estéticas do Nazismo alemão.

O filme-documentário “Arquitetura da destruição”, do diretor Peter Cohen, divulgado no ano de 2006, aborda a temática do nazismo europeu (alemão), focalizando, notadamente, a sua genealogia e as ideologias antecessoras que inspiraram-no e influenciaram-no. Esse documentário tematiza, ainda, a relação direta que há entre a arte e a estética do Nazismo.Segundo o ponto de vista de Cohen, o diretor do filme, o nazismo pretendia “embelezar” o mundo através do resgate e revalorização da estética artística clássica (greco-romana) e de outras estéticas da arte que nessa se basearam (como a renascentista, por exemplo) em repúdio à arte judaico-bolchevique.Essa arte, para os nazistas, era uma “degeneração da modernidade”, fruto da miscigenação e mestiçagem modernas, que, segundo eles, constituía-se numa ameaça ao futuro e à permanência das sociedades arianas puras (como a austro-alemã).O documentário nos mostra, também, a relação estabelecida entre o Romantismo wagneriano e o pensamento de Hitler. Aquele compunha-se numa tríade que pregava o anti-semitismo, o culto ao povo nórdico e a pureza da raça enquanto condições necessárias para a preservação da raça e cultura arianas.Hitler pretendia, ainda, fazer da república alemã do Terceiro Reich uma síntese da pureza estética de Atenas, da virtude bélica de Esparta e da supremacia da antiga república do Império Romano. O filme dedica ainda um bom tempo à demonstração da perseguição e eliminação dos judeus como parte do processo de purificação, não só da raça, mas de toda a cultura, mostrando o processo de extermínio.Vale a pena conferir nas locadoras.

sábado, 3 de maio de 2008

Duplicidade - Filme francês aborda psicológico humano de irmãos gêmeos em profundidade

Instigante e de muito supense, esse filme nos revela como os atos que ocorrem na infância influenciam diretamente na formação de nossa personalidade adulta.Apesar de possuir um tempo lento que às vezes nos leva ao sono, esse suspense é profundo e intrigante. E ainda possui um surpreendente final que nos comove, choca, e leva à reflexão ao mesmo tempo.Vale a pena conferir nas locadoras. Segue a síntese para os mais apressados.
Após ter crescido, constituído família e ter sido educado num orfanato, Mathias se surpreende com a notícia de que sua mãe morreu recentemente e de que ele tem um irmão gêmeo, Thomas. Descobre também que ele e seu irmão gêmeo estiveram juntos até os seis anos de idade, quando Mathias foi colocado no orfanato. Entretanto, Mathias não se lembra dessa época. Na medida em que passa o tempo tentando conhecer o “novo” irmão, Mathias vai se lembrando aos poucos de tudo que aconteceu quando ele e Thomas tinham apenas seis anos de idade.
FICHA TÉCNICA:

Título do Filme:Duplicidade
Título Original:Duplicity /Trouble
Censura:16 anos
Idiomas (dos DVDs):Inglês e Português
Legendas (dos DVDs):Português
Formato de tela:Widescreen
Diretor: Harry Cleven
Ator(es):Benoît Magimel, Natacha
Régnier, Hannah Novak e Olivier Gourmet
Duração:95 minutos

terça-feira, 29 de abril de 2008

XXY - Filme franco-hispano-argentino discute questão da identidade humana

Polêmico e inusitado, esse filme argetino da diretora Lucía Puenzo aborda a complexa questão da identidade cultural e sexual humana.O mote para abordar o assunto é o hermafroditismo da personagem principal Alex (Ínes Efron), de 15 anos de idade, que cresce criada como uma mulher, apesar de possuir os dois sexos.Alex chega a adolescência e, então, com o aflorar dos hormônios e o despetar da sexualidade abri-se a questão de qual será a preferência sexual de Alex.Uma metáfora para a complicada busca da identidade na adolescência."XXY" ganhou o prêmio da Semana da Crítica no Festival de Cannes em 2007 e foi escolhido como representante da Argentina na disputa por uma indicação ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira, mas acabou não sendo selecionado.O filme está em cartaz na Sala de Arte da UFBa, localizada no Pavilhão de aulas do Canela - PAC.Estudantes, funcionários e professores da UFBa têm desconto promocional no preço do engresso (R$ 4,00).

Informações Técnicas
Título no Brasil: XXY
Título Original: XXY
País de Origem: Argentina / França / Espanha
Gênero: Drama
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 86 minutos
Ano de Lançamento: 2007
Estréia no Brasil: 29/02/2008
Site Oficial: http://xxylapelicula.puenzo.com/mai n.htmlEstúdio/Distrib.: Imovision
Direção: Lucía Puenzo

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Antologia de poesias do escritor Ruy Espinheira Filho


Muitos já anunciaram a morte da poesia nos dias atuais, mas, ao contrário do que muitos proclamaram e outros tantos profetizaram, a poesia permanece viva e atuante nesta época de domínio da indústria cultural e da obras produzidas para o consumo imediato e irrefletido da cultura de massa.Exemplo disso, é a recém-lançada nova edição da Antologia do poeta Ruy Espinheira Filho "Poesias reunidas e inéditos", pela Editora Record.Lançado em 1998, essa antologia poética retorna às livrarias numa nova edição.Ruy Espinheira além de poeta, é também jornalista, escritor, membro da Academia de Letras da Bahia e professor do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia.


Cama de gato - Esse filme protagonizado por Caio Blat (ator global nas horas vagas) é real e absurdo.

Cama de Gato faz parte do movimento Trauma (Tentativa de Realizar Algo Urgente e Minimante Audacioso), uma espécie de resposta brasileira ao Dogma 95, este criado por um grupo de cineastas dinamarqueses que, em sua essência, buscava um cinema mais puro, sem iluminação artificial, trucagens, entre outros efeitos especiais.Apesar da tentativa de se aproximar do Dogma, Stockler e seu cinema acabam muito mais próximos de Larry Clark (de Kids e o recente Ken Park), não só pela estética visual, mas principalmente por retratar um grupo de jovens que não tem nenhuma perspectiva na vida.
Cama de Gato
é muito atual, porém o desfecho banaliza tudo o que se viu até chegar a ele. Enfim, um filme experimental.


FICHA TÉCNICA
Título original: Cama de Gato
Gênero: Drama
Ano: 2007
País de origem: Brasil
Duração: 92 min.
Classificação:
18 anos
Língua: Português
Cor: Colorido
Som: Dolby Digital
Diretor: Alexandre Stockler
Elenco: Caio Blat, Cainan Baladez, Rodrigo Bolzan e Rennata Airoldi

terça-feira, 22 de abril de 2008

KIDS - Um retrato de uma geração

Filme que choca tanto quanto informa. E nos faz pensar.Retratando a realidade de vida da adolescência de Nova York, esse filme nos mostra a verdade de uma geração que, cética e desiludida, parece estar à deriva no mundo, expostos a grandes perigosos e rebeldias de causas indefinidas.A pertinência desse filme de 1995 é a sua atualidade.Hoje em dia, a juventude parece cada vez mais abandonada e sem norte, a mercê das regras das "tribos" urbanas em que anda.Buscando no consumo desenfreado (de drogas, de bens materiais, de pessoas etc.) um motivo para preencher a falta de uma ideologia de vida, esses jovens transgridem e excitam ao máximo a sua subversidade e desapego às regras do convívio social.Fazendo um paralelo do filme americano com a realidade brasileira, podemos afirmar como os inúmeros casos atuais de mendigos queimados, quadrilhas estelionárias de jovens de classe média, assassinos com todos os bens materias à sua disposição etc. nos fazem pensar que algo de errado está ocorrendo dentro da estrutura da instituição social da família nos dias de hoje.Assistam e comentem.Segue logo abaixo a ficha técnica do filme.

Ficha Técnica:
Título no Brasil: Kids
Título Original: Kids
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 96 minutos
Ano de Lançamento: 1995
Site Oficial: Estúdio/Distrib.: PlayArteDireção: Larry Clark